Noruega passa a exigir que influenciadores digitais indiquem fotografias retocadas em posts publicitários
O Parlamento da Noruega aprovou novas emendas à sua Lei de Marketing de 2009 que tornam ilegais as publicações feitas por influenciadores digitais contendo fotografias editadas e/ou de qualquer forma retocadas sem o devido esclarecimento ao público, sempre quando se tratar de postagem de caráter publicitário.
As alterações advêm das recentes discussões havidas no país acerca do conceito de “kroppspress“, que em tradução livre significa “pressão corporal”, e versa exatamente sobre o impacto desfavorável que muitas publicidades têm junto aos consumidores, especialmente entre crianças e adolescentes. Sob este enfoque, o Governo Norueguês acredita que as novas diretrizes contribuirão para frear a constante busca por padrões de beleza intangíveis e opressores que muitas vezes são transmitidos no conteúdo publicitário, especialmente por meio de imagens que não correspondem à realidade.
Para tanto, a Lei passará a exigir que o influenciador digital insira um rótulo na publicação, com uma mensagem padronizada pelo Ministério da Criança e da Família Norueguês, informando o público sobre as manipulações quanto ao formato do corpo, cor de pele e outras edições comumente feitas de forma discricionária. O desrespeito às novas diretrizes pode ensejar a aplicação de multa e, nos casos mais extremos, até mesmo a prisão do influenciador.
De acordo com o jornal local Verdens Gang, a notícia foi bem recebida pelos influenciadores digitais no país, sendo que alguns inclusive se manifestaram favoráveis à extensão da Lei a todas as publicações, e não apenas àquelas de cunho publicitário. Para a influenciadora Annijor Jørgensen, os “Filtros deveriam ser algo divertido, algo que te faz dar risada. Não algo que cria um falso padrão de beleza”. A medida será aplicável às principais redes sociais, como Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter e TikTok, mas o início de sua vigência ainda depende de deliberação por parte do Rei do país, Herald V.
Vale lembrar que esta nova política é bastante semelhante àquela implementada pela Advertising Standards Authority (órgão fiscalizador da atividade publicitária) no Reino Unido, segundo a qual é proibido aos influenciadores digitais utilizar filtros “enganosos” para fins de promoção de produtos ou serviços de beleza.
Seria esta uma nova tendência da atividade publicitária? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos…